quarta-feira, 3 de abril de 2013

Pause

Na sequência dos dias que me fragilizam os ossos, vislumbro esperança. Cores vívidas e música suave que atenua a mágoa da alma. As palavras sábias da espiritualidade são um bálsamo para as feridas que saram com o tempo. A rebeldia que impele os meus atos surpreende-se com a capacidade permeável do ser humano de reerguer o seu corpo pequeno. A vida atraiçoa-nos uma e outra vez. No final do dia, procuramos as vozes conhecidas, o cansaço puído a vergar as arestas do timbre grave. Nos braços dos que amamos, inspiramos fundo. Amanhã outro dia, outra página em branco a aguardar que nela surjam linhas e cores. Imagens transfiguradas dos sonhos de Deus. Tentamos em vão prever quantas voltas teremos que cumprir, quantos mais exercícios sonolentos da nossa psique para que o Sol continue a nascer no nosso horizonte. They say it can’t rain all the time. Confundo as lembranças de hoje com as projecções do futuro onde quero repousar. Engano a mente, esbato os limites do tempo. Imploro-te que vigies a porta. Hoje não quero que ninguém rasgue as minhas frágeis tentativas de continuidade. Abraço o silêncio, onde tento que os gritos sejam esparsos. They say it can’t rain all the time.

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