A noite cai-me sobre os ombros como um xaile sombrio.Silencia alguns dos monstros e alimenta tantos outros. Questiono-me. Qual a lição a aprender na rota dos abandonos e dos recomeços? De todas as ausências? Passo a língua áspera nos lábios ressequidos. Tenho sede de ti. As horas passam, lânguidas. Dentro da solidão não existe espaço para a partilha ingrata de pedaços de nós. Questiono-me. Quando a noite se quebra sobre ti, recordas o meu nome sedento? Observo-me ao espelho. Os olhos assombrados. Tenho sede de ti. Reconstruo a alma de dentro para fora. Trago-te, no peito cansado. Impaciente. E na tua voz, não existem memórias dos nossos sorrisos. Apenas pó. Questiono-me. Estarão todas as pessoas tão cheias de adeus, como eu? Bebo água para matar a sede que me consome e me ateia fogo. Tenho sede. De ti. Coloco pedaço a pedaço, numa ordem pré-definida os estilhaços do meu ser. Se os colocar da forma correta, de uma forma quase perfeita poderei enganar-me que estou inteira. Questiono-me. Em que momento no tempo, deixei de ser eu? Com os dedos desenho no lençol a curva do teu corpo. Tenho saudades. De ti.
terça-feira, 25 de junho de 2013
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1 Comment:
Uma saudade imensa de um amor para sempre!
Beijo de carinho.
AM
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