Ofereço-te poesia em troca de sorrisos. Mãos abertas em troca de punhos cerrados. Chuva de ternura que acalma as feridas abertas em troca de uma calma que enregela os meus dedos já entrelaçados nos teus. A alma nua esconde-se, subitamente envergonhada dos teus olhos secos. Nas tuas mãos tens o meu coração, quebrado. No teu rosto, fechas as emoções e murmuras que não o reconheces. Engulo em seco todas as palavras que afogo num copo de vinho que me queima as entranhas. Esqueces as pontes que ergui para te trazer de volta à fonte. Esqueces o meu nome. Se soubesses todas as linhas que me amarram ao teu corpo, ao teu cheiro, ao teu sabor, se soubesses... Enlaço-te enquanto te debates com os demónios que te devoram a noite. Acalmas nos meus braços, e eu amo-te infinitamente nesse momento suspenso. Acordas e afastas-te a cada minuto, a cada passo. Combato o impulso de te perseguir, de deixar as palavras sair como um rio de amor que te trará ao mar que é a minh'alma. Não me vês. Não me vês. Não me vês. A pior cegueira é a que acomete os olhos do coração.
domingo, 15 de junho de 2014
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