terça-feira, 27 de maio de 2014

Reverie

Reencontro-te num sonho nascido do beijo das pálpebras. O meu coração repousa nas tuas mãos, e o teu corpo navega por entre as brumas do sono, a meu lado. Beijo-te a pele que te reveste os sonhos e as mágoas. O meu corpo desenha-te nos teus lençóis, e nas paredes desfilam imagens que renasceram na penumbra. Despes-me a alma, atravessas o espaço que nunca existiu entre nós, apenas uma miragem de ausência. A minha pele inflama os teus dedos famintos. Bebo dos teus lábios a verdade que os teus não sabem falar. Sonho-te, febril, na noite escura. Adivinho os teus movimentos, seduzo-te, lânguida. Cobres-me os seios de ansiedade e as ancas de sede. Consumo-me de desejo, de silêncios que sufocam os poros de gemidos. Cubro-te os lábios com os meus. E neles apago todos os perdões. Reencontro-te num sonho, num mundo onde os nossos mundos colidem. O futuro, o passado, não existem. Apenas o teu corpo adormecido, perdido num sonho onde o meu sonho te reencontra

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