sábado, 21 de fevereiro de 2015

Elegia

Os olhos cegam-te para as cores do mundo, O espectro de cinza confunde-te os sentidos. Não recordas o primeiro momento em que as íris queimaram Os indicadores da cor vermelha-sangue. Apenas reconheces dos dias o som apagado do bafio Em que se tornou o teu quarto e as paredes que te suportam a coluna vertebral. Com os anos mudas a pele uma e outra vez, como uma melodia Que os ouvidos reconhecem de cor. Coleccionas perguntas para as quais sabes as respostas. O coração bate, rítmico, embalado na ausência profunda de cor. Seguro. Seguro. Seguro. Seguro. Seguro. Do mar esqueces o sal. A água fria que te arrepia as certezas. Por vezes, o corpo anseia. Aninhas no teu peito o Vazio que te devora devagarinho As entranhas serenas. Seguro, seguro, seguro, seguro, seguro…

1 Comment:

Daniel Aladiah said...

Querida Sílvia
A saudade das palavras sublimes sempre aqui me traz...
Beijo
Daniel