De ti soube que percorres as estradas
em busca da liberdade que perdeste ao nascer.
Deixas pedaços de sombra como quem deixa poemas.
As palavras trazem-te sentidos que não queres
recordar. No vento esqueces as mágoas
e o (des)amor, um horizonte que te ilude
dia após dia, após dia.-
Cartas esvoaçam, fugidias, tremem.
Por vezes, à noite, quase podes sentir
o cabelo, o seio, o monte de Vénus,
a língua. Recordações? Ou a tua imaginação
a trazer-te os lábios de todas as mulheres que amaste
e as que juraste amar.
Perdem-se, esquecidas, nuas.
Escreves as palavras e apagas,
como quem apaga de si próprio o sangue,
o gene, o sal amargo dos dias.
terça-feira, 18 de julho de 2023
Sal Amargo
Publicada por fairy_morgaine à(s) 22:13 0 comentários
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