Vivo na tua retina. Presa no momento antes do orgasmo.
Vivo suspensa na tua respiração. Sempre que te recordo,
a minha imagem solta-se da tua memória
para o agreste do teu presente. Quando o sentimento
me agride a garganta, ouves o teu nome e as palavras
que guardei dentro de ti. Vivo na tua desesperança.
No intenso da tua negação. Sempre que te aprisiono
é o meu sorriso que tolda a tua linha de pensamento.
O teu olho desvia-se da rota que lhe desenhaste
para se quedar na perfeição da nossa ligação.
Em todos os momentos que juras jamais saber
os meus pontos finais e as reticências.
Em cada segundo que lhe seguras as ancas
é o meu gemido que ouves.
Vivo no vislumbre de um raio de sol, mesmo quando
garantes a liberdade do teu coração, mesmo quando
prometes as promessas com que agrilhoas a vontade.
E se alivias a pressão com que finges sonhar
são os meus lábios no teu sexo, é a minha língua
na tua barriga, é a minha mão na tua pele.
Vivo no escuro da tua alma.
A minha mente seduz a tua indecisão, a angústia
que te embala as vontades, o pulso com que
resolves as aparências. O perigo do meu ventre.
O sabor da minha inocência perdida.
O trago amargo do sangue.
Vivo no sal das tuas feridas.
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
Sal das feridas
Publicada por fairy_morgaine à(s) 17:11
Etiquetas: Vermelho Explosão
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5 Comments:
Querida Sílvia
és um lampejo de paixão que se vislumbra da porta...
e escreves tão bem.
Beijo
Daniel
Até me faltou o ar. Não vou adjectivar o que li. Não quero menosprezar o teu texto.
Parabéns
fiquei assustada quando cheguei ao outro canto e vi que tinhas fugido. mas analisando bem, acho que estás melhor aqui. :)
hey, pois é, parece que ainda estou viva *
Feliz Natal e Boas Festas!
Abraço!
Feliz 2011, Sílvia!
Um beijo
Daniel
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