sábado, 15 de janeiro de 2011

Sufoco

Mesmo quando desenho os caminhos, abro as janelas e deixo o pó sair, mesmo quando o sol brilha, mesmo quando chovem poemas, mesmo quando estou nua, mesmo quando a alma é um espelho, mesmo quando grito sem parar, mesmo quando os pensamentos são de tal forma agudos que rasgam a pele e nascem pelos poros, mesmo quando há tanta coisa a ser dita, mesmo quando a solidão é tudo o que resta, mesmo quando a esperança é um risco que não sei que quero correr, mesmo quando as palavras não chegam, mesmo quando sou transparente, mesmo quando sou branco e negro e vermelho e lilás, mesmo quando aponto a direcção do fim e do princípio, mesmo quando expludo e impludo as pessoas não fazem a mínima ideia da forma como sinto, das regras que regem o meu coração, dos ambientes da minh'alma.
Sinto-me sufocar.

6 Comments:

Anónimo said...

eu amo, amo, amo, amo, amo, amo!

Daniel Aladiah said...

Querida Sílvia
Diria que sei o que é sentir esse vulcão, momentos antes de explodir... de raiva ou desejo... de amor ou falta dele... mas fico-me pela tua imagem, nua, em cima da cama, janela aberta á luz da Lua...
Um beijo
Daniel

Daniel Aladiah said...

sorry, mas o teclado traíu-me o acento: à

an. said...

..E nada te(me) completa, nada te(me) preenche, nada combina, nada faz sentido .

..E tudo Sufoca, Tudo afoga. Tudo deixa a nora.

Lylia said...

uma explusão de palavras que entraram em mim.
Não me sufocam as tuas palavras, pelo contrario, preenchem-me agradavelmente.

um beijo, sempre um prazer te ler
Lucia

AndréGomes said...

Mas e na mesma, a solidão, é tudo o que resta. E esta Morte.